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Educação de qualidade chega às comunidades carentes dos EUA
17.agosto.2000

Por Tania Menai, Nova York

"Saber é poder, poder é liberdade e é isso que eu quero". É esta a frase que repetem diariamente as crianças da KIPP Academy - abreviação de Knowledge is Power Program - em duas escolas primárias públicas de comunidades carentes de Nova York e Houston, no Texas.

Compostas por negros e hispânicos em sua grande maioria, estas crianças requerem 70% a mais de tempo de atividades escolares do que alunos social e financeiramente privilegiados. Para isso, os professores andam com os telefones celulares ligados aguardando chamadas dos estudantes a qualquer momento e os pais assinam contratos que enumeram as faltas de incentivo - se eles falharem, os punidos são os filhos.

Fundada há cinco anos por acadêmicos das melhores universidades dos EUA, a KIPP vem chamando atenção de políticos de esquerda e direita, idealistas e empreendedores. E esta semana, ganhou a primeira página no jornal New York Times. Homenageada no ano passado pelo Fundo de Defesa à Criança, a iniciativa, sem precedentes, está tentando transformar o sucesso deste sistema num fenômeno nacional.

Para isso, Donald G. e Doris Fischer, fundadores da cadeia de lojas de roupa GAP, doaram 15 milhões de dólares na esperança de que a KIPP seja imitada Estados Unidos afora. A expansão do projeto educacional é audaciosa e intrigante - ela foi semeada pelo crescimento da prática de deixar o sucesso dos alunos nas mãos das escolas. Abastecido pela liberdade das chamadas escolas charter, que recebem financiamentos públicos mas são administradas independentemente, essa tendência poderá mudar o cenário educacional, hoje definido por distritos e estados, por um sistema dividido por currículos e estilos.

A faculdade de Educação da Universidade de Columbia, o Teacher's College, já abraçou a idéia aplicando o método numa escala menor nas escolas de Nova York. Além disso, o resultado deste sistema já pode ser facilmente medido em números: 98% das crianças do KIPP texano passaram em todas as provas estaduais. E, nos últimos dois anos, os formandos de oitava série ganharam nada menos do que 5 milhões de dólares em bolsas paras as melhores escolas de colegiais do país. E as escolas informam que todos continuam fazendo bonito.

Não há milagres - segundo o KIPP, as escolas precisam manter seis pilares sólidos: altas expectativas, matrícula por escolha, um diretor que controle o orçamento e a contratação, atividades extra-curriculares durante o dia todo, prêmios e reconhecimentos para estudantes e equipe profissional e um excelente resultado acadêmico. Para mais informações, consulte o endereço www.kipp.org.


[ copyright © 2004 by Tania Menai ]

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