Creches deixam crianças mais agressivas
28.abril.2001
Por Tania Menai, de Nova York
Não é de hoje que deixar crianças em creches parte o coração dos pais. E o resultado de uma pesquisa recém divulgada pelo Instituto Nacional da Saúde, dos Estados Unidos, deve ter deixado esses corações ainda mais esfacelados: quanto mais horas longe dos pais, maiores as chances de as crianças se tornarem agressivas, desafiadoras e desobedientes. Crianças que ficam confinadas em creches por mais de 30 horas semanais acabam se metendo em mais brigas, explodem com mais facilidade, demandam mais atenção do que o normal e discutem pelos cotovelos.
Por outro lado, o estudo também aponta que estas crianças acabam desenvolvendo uma linguagem melhor, além de exercitarem a memória. Por isso, estão mais bem preparadas para a escola. A pesquisa - que é a mais completa já feita até hoje - revela que não importa nem a raça ou classe social das crianças: todas estão sujeitas ao problema. E não pára por aí: ficar com babá, avó e papai não faz milagres. Segundo os pesquisadores, só a mãe resolve. A afirmação soa meio pesada, afinal a quantidade de mães que trabalham fora nos EUA é gigantesca, e o que elas buscam é soluções práticas e não mais motivos para se sentirem culpadas.
Especialistas, no entanto, vão mais fundo e dizem que qualquer creche não deixa as crianças assim - só as más. Nos EUA, a regulamentação varia de estado para estado. Em alguns deles, as creches devem ter apenas 6 bebês por turma - outros liberam até 20. E quem ainda questiona o porquê da falta de qualidade no atendimento, aí vai uma das respostas: o salário de quem cuida de bebês é o mesmo de quem toma conta de estacionamento - uma média de sete dólares por hora. Para se ter uma idéia, uma babysitter ganha no mínimo 10 dólares por hora para tomar conta de uma única criança.
[ copyright © 2004 by Tania Menai ]
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