Israel e Colômbia estão no páreo duro quando o assunto é selvageria. Ambos países entopem as páginas de jornais com notícias sangrentas. Enquanto palestinos e israelenses não conseguem se entender, colombianos explodem o país com guerrilhas.

Israel, no entanto, está sendo mais do que um exemplo para a Colômbia. Desde 1997, uma iniciativa intitulada "Shalom", ou paz em hebraico, está trazendo jovens marginais colombianos para Israel a fim de recuperá-los e agregá-los de volta à sociedade. O conceito é formar grupos de líderes - muitos vêm diretamente de cartéis colombianos - que voltem para suas cidades engajados em projetos comunitários.

O projeto, ligada ao curso de Educação Informal e Liderança do Instituto Internacional da "Histradut", Federação do Trabalho do Estado de Israel, fica perto de Kfar Saba, redondezas de Tel Aviv. É para lá que leva-se meninos de regiões massacradas pelo crime, como Bello, uma cidade andina perto de Medellín.

Com 380 mil habitantes e mais de 400 assassinatos por ano, Bello de belo não tem nada, a não ser a paisagem. Ela leva o título de cidade mais violenta do mundo. O programa, que objetiva a "descontaminação humana" e a liderança com responsabilidade comunitária, tem origem no Mashav - Centro de Cooperação Internacional do Ministério das Relações Exteriores do Estado de Israel www.mfa.gov.il . A cada ano, 200 pessoas se inscrevem para o curso - apenas 30 são aceitas.

A primeira etapa é a formação de grupos, ainda no país de origem. A segunda, é levar estes jovens, que nunca saíram de seus bairros, a Israel, onde eles têm trabalhos acadêmicos, estímulos ao diálogo, exposição à cultura e tradição israelense, voltada à produtividade, tolerância, pluralismo, história, religião e espiritualidade.

A imersão dura três semanas. A terceira fase é quando eles assumem suas funções de voluntários da paz, disseminando este conceito em suas comunidades. No caso de Bello, eles criaram uma organização, cujo símbolo é o girassol, que dispõe de meio de comunicação próprio e já está mostrando impacto em todo o município. Este mesmo programa já trouxe a Israel jovens da Argentina, Chile, República Dominicana, El Salvador e Espanha, além de outras cidades colombianas, como Cartagena e Bucaramanga. Outros projetos ainda estão na fase de captar fundos internacionais.

Tania Menai, de Jerusalém

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