Editora Convidada - Tania Menai

Casos de amor sem príncipe encantado, romances esquisitos daqueles que acometem todas nós alguma vez na vida, aos domingos, no New York Times. Quem falou que jornal diário só tem notícia ruim?

Domingo de manhã é dia de se jogar na cama e ler o New York Times. O mundo pode estar acabando, mas não sinto culpa em ir direto para uma coluna semanal intitulada "Modern Love". Ali estão histórias que superam (ou lembram!) algumas das que já vivemos com algum "camarada". A cada semana, conta-se um caso inédito - e todos eles desmistificam o conceito de "cara certo" ou "o romance ideal." Num mundo globalizado, nunca se sabe onde vamos esbarrar com a cara metade. Já li o relato de um repórter do jornal que se apaixonou platonicamente por uma policial asiática que não falava um "a" em inglês - pelo que lembro, só rolou mãos dadas, o que para ela já era algo incrível.

Teve também a história de uma mulher que nunca tinha se casado, e já tinha pendurado as chuteiras, quando conheceu um pintor europeu num trem - hoje, vivem felizes na Califórnia. E tem um episódio que me faz sentir um pouco mais normal: a mulher que namorou com um belo
universitário de olhos azuis e tornozeleira magnética. Isso mesmo, um presidiário. Pior: acusado de estupro. Ela era a única que acreditava na inocência do rapaz - ainda que talvez nem ele acreditasse. Yes, somos todas iguais.

Sexo Filosófico

Fiz o teste: coloquei a palavra "woman" no site da livraria Barnes & Noble. Não deu outra: o livro que encabeça a lista dos quase 165 mil títulos foi She Comes First: The Thinking Man's Guide to Pleasuring Woman, do terapeuta sexual Ian Kerner. Em português
pode ser lido como "Ela vem em primeiro lugar" ou "Ela Goza primeiro: o guia para homens dar prazer às mulheres". Segundo críticos, o livro ensina aos perdidos a fazer tudo que as mulheres desejam (e merecem), e até mesmo repetir a frase que o galã de E o Vento Levou diz à Scarllet O'Hara: "Você deve ser beijada, e sempre, e por alguém que sabe como". Em tempo, o segundo livro da lista, do mesmo autor, é a contrapartida: He Comes Next. Mas por mais estimulante que pareça, se os americanos soubessem alguma coisa sobre o assunto, eles não gastariam tempo escrevendo ou lendo. Eles tem de parar de filosofar, de invadir o Iraque e colocar logo a mão na massa.

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