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Separando os trapos
26.julho.2000

Tania Menai, de Nova York

De todos os casamentos que acontecem anualmente nos Estados Unidos, metade fracassa. E é aí que começa a festa - no caso dos advogados. Só em Nova York, as separações geram uma cifra anual de 200 milhões de dólares para os escritórios locais. O simples divórcio de um casal de classe média não sai por menos de 50 000 dólares. Para evitar custos assim, muitos casais preferem procurar os advogados antes mesmo de trocar alianças. Eles vão em busca de um contrato pré-nupcial. "Se você não tiver um acordo antes de subir ao altar, procure um psiquiatra em vez de um advogado", aconselha Raoul Lionel Felder, que inclui entre seus clientes os cineastas Brian de Palma e Martin Scorsese, e, recentemente, a modelo brasileira Luciana Gimenez Morad, que anda chacoalhando a conta bancária de Mick Jagger, com quem teve um filho, sem se casar.

Nestes tempos de Nova Economia e novos ricos, Felder enche o caixa do escritório atendendo à garotada na faixa dos 20 e 30 anos. "Nunca os jovens enriqueceram tão rápido", diz. E é por essa razão, segundo ele, que o acordo pré-nupcial é importante. "Mesmo se o casal não acumular fortuna durante o casamento, caso haja separação a reserva acaba evaporando com gastos em questões legais", afirma.

No Brasil, existem os tradicionais casamentos com separação total, comunhão parcial ou universal de bens. Mas a Constituição de 1988 trouxe uma novidade para quem prefere ficar longe dessas fórmulas usuais: é o "pacto constitutivo da união estável", que permite ao casal viver sob o mesmo teto com base em um contrato com regras estabelecidas pelos dois com orientação de um advogado. "Ele conta com as mesmas proteções da Constituição", diz o advogado de família Paulo Lins e Silva, do Rio de Janeiro.


[ copyright © 2004 by Tania Menai ]

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