Escritórios 5 estrelas
16.maio.2001
Tania Menai, de Nova York
Finalmente um guia de turismo lembrou-se daqueles seres nômades, jogados freqüentemente em países estranhos a trabalho: os executivos.
O recém-lançado Zagat Survey 2001 - Top International Hotels, Resorts & Spas lista, com base em 30 quesitos, 872 hotéis de 77 países de todos os confins do globo. O guia conta com as categorias "hotéis para negócios" e "conexão rápida à Internet".
Como todos os guias Zagat, este foi escrito com a opinião de cerca de 12 000 viajantes. Apenas 400 eram profissionais de turismo. "O serviço, a comida e o luxo dos hotéis internacionais estão borbulhando", dizem Tim e Nina Zagat, cujo sobrenome é sinônimo de um império de guias de restaurantes, hotéis, bares e mercados americanos. Todas as cotações são feitas pelos usuários e enviadas à editora, em Manhattan.
Para avaliar os hotéis bons para executivos, o guia parte do pressuposto de que hotel não pode causar problemas. Pelo contrário: deve resolvê-los. Ele deve ser bem localizado, rodeado de metrô, ônibus, serviços de táxi; deve ter um centro de negócios equipado com computadores, fax, xerox, papelaria; deve dispor de salas de reunião, ginástica e serviço de quarto 24 horas - você nunca sabe quando terminará a última reunião. O ideal é que o quarto tenha secretária eletrônica e uma linha telefônica extra para o laptop. Ainda é conveniente que haja um anjo da guarda da informação tecnológica para quando o seu laptop implodir às 2 da manhã. É imprescindível que a equipe hoteleira fale inglês.
Alguns hotéis surpreendem. Os hóspedes do W, de Nova York, ganham cartões de visita personalizados. O New Otani, em Tóquio, oferece endereço de e-mail provisório. O Alvear Palace, de Buenos Aires, aluga laptops e celulares logo no check-in, enquanto o Charlotte Street, de Londres, disponibiliza um celular por quarto. O Four Seasons de Berlim tem quatro salas de conferência, além de ser considerado "um dos melhores serviços de concièrge da Europa". O Inter-Continental de São Paulo foi citado como "a serenidade que os executivos buscam em pleno caos de uma metrópole amedrontadora". Elogiaram-se o tamanho dos quartos, o serviço e o café da manhã com frutas tropicais.
Pensando bem, talvez a evolução dos hotéis para executivos seja uma faca de dois gumes: quem é que, num lugar desses, fica com vontade de trabalhar?
[ copyright © 2004 by Tania Menai ]
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