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Ponte que partiu!
13.junho.2001

Tania Menai, de Nova York

EXAME Edição(742) Depois da mania do politicamente correto, depois do pânico dos processos por assédio sexual, uma nova moda se anuncia nas corporações americanas: a coibição de palavrões. O movimento já tem até um pregador. É o consultor James O’Connor, autor do livro Cuss Control (Controle de obscenidades) e presidente da Cuss Control Academy, no Estado de Illinois, agência criada para "controlar palavrões".

Dono de uma empresa de relações públicas, a O’Connor Communications, ele cobra de 1 000 a 3 000 dólares pelos seminários em empresas que querem lavar a boca suja de seus funcionários. Entre elas, o Midwest Bank, a Ivy Technology, a Aon Insurance e a Excelon Corporation. "A falta de civilidade que toma conta da nossa sociedade está invadindo os ambientes de trabalho", diz O’Connor.

Como um bom pregador, o consultor tem seu decálogo antipalavrões (veja abaixo). Parece uma dessas batalhas contra moinhos de vento, mas O’Connor cita os prejuízos acarretados pelo hábito de xingar os outros. No ano passado, por exemplo, um respeitado subeditor de um grande jornal dos Estados Unidos pediu demissão. No e-mail que enviou aos diretores explicando o motivo de sua saída, incluiu a lista de todos os palavrões cabeludos e bilíngües que sua chefe soltava gratuitamente para toda a equipe.

"Falar palavrão polui o ambiente com negatividade, afeta o moral e a atitude de quem fala, além de ser uma grande falta de respeito", diz O’Connor. Em ambientes como a bolsa de valores, onde profissionais trabalham sob grande pressão, palavrões são mais aceitáveis. Mas o problema está em toda parte. "O que mais escuto das pessoas é: ‘Ah, se você pudesse dar uma aula para o meu chefe...’", diz O’Connor.

A cruzada antixingamento não vai ter vida fácil, a julgar pelo exemplo de um profissional que se sentia incomodado com o vocabulário da chefe. Ele colocou uma brochura de bons modos escrita por O’Connor em cima da sua mesa. "Mas ela não deu bola", diz o consultor. Bom, talvez já seja um progresso. Pelo menos ela não mandou o subordinado à m...ostra de gravuras neo-rococó.


[ copyright © 2004 by Tania Menai ]

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