Só falta a pipoca
15.outubro.2002
Por Tania Menai
Um tiranossauro rex salta da tela e dá um bocejo bem na frente de seu nariz. Depois, uma avalanche do Everest cai na sua cabeça. Essas emoções são possíveis nas salas de projeção Imax, tecnologia que utiliza telas gigantes e som digital, espalhadas em 225 cinemas de museus, complexos de cinema e shopping centers de 30 países. Dono de um faturamento de cerca de 130 milhões de dólares no mundo, o grupo canadense Imax prepara-se agora para entrar no Brasil. A empresa quer abrir cinemas em diversas cidades do país, começando por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e, numa segunda etapa, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Salvador e Belém.
Para entrar nessas cidades, o Imax está prestes a fechar contratos com parceiros nas áreas do governo, de museus e, principalmente, com shopping centers e operadores de cinemas. "Devemos anunciar nossas parcerias até janeiro de 2003", disse a EXAME Richard Gelfond, co-CEO do Imax.
Grande parte dos 180 filmes produzidos nesse formato é educativa -- contam histórias sobre golfinhos, pandas, dinossauros, espaçonaves, esportes radicais, além de viagens a Nova York, México, Egito, Everest e Amazônia. "Nossa ênfase em educação me faz crer que o Imax será um grande sucesso no Brasil", diz Gelfond. "Este é um setor que tem enorme potencial." Ele garante que a empresa irá em frente com seus planos de expansão, independentemente do que vier a ocorrer com a economia brasileira. "As propostas dos candidatos à Presidência priorizam a educação, portanto não estou preocupado", afirma Gelfond. "Durante o dia, esperamos receber grupos escolares e à noite mostraremos filmes como Apollo 13, a primeira produção de Hollywood adaptada para o Imax."
Em vez das películas de 35 milímetros do cinema comum, o Imax utiliza filmes de 70 milímetros projetados em telas ligeiramente curvas, de até 37 metros de altura. Alguns dos filmes contam com tecnologia 3-D. As poltronas acompanham a altura da tela, como numa arena. Na implantação do negócio no Brasil, a empresa canadense entra com a tecnologia, o plano de negócios, a estratégia de marketing e o treinamento do pessoal em troca de royalties. Os sócios brasileiros entram com a administração, a contratação do pessoal e o investimento na sala de projeção, em torno de 2 milhões a 4 milhões de dólares.
Uma forma que vem sendo usada nas parcerias que o Imax já firmou pelo mundo é o patrocínio. A Panasonic bancou cinemas na Polônia e na Austrália. A Discovery, empresa do canal de televisão de mesmo nome, patrocinou os de Berlim. A National Geographic foi responsável pelo cinema de Victoria, no Canadá. A Blockbuster construiu salas na Flórida. Nesses casos, as salas levam o nome do patrocinador, e os sócios locais cuidam do resto. No mais, é só comprar a pipoca e esperar as luzes se apagarem.
[ copyright © 2004 by Tania Menai ]
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